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Data Blog 14 de Junho de 2010 - 14:28:00h

Biodiesel é apontado como combustível do futuro

Quinze anos. Para o pesquisador Decio Gazzoni, da Embrapa Pesquisa Agropecuária, é esse o tempo que resta ao etanol como principal fonte de energia alternativa no País. No encontro realizado durante o seminário Bioenergia em Foco, na Agrishow 2010, empresários ligados ao setor e pesquisadores em agricultura discutiram os rumos da produção energética no Brasil e apontaram o biodiesel —combustível extraído da soja, mamona e gordura animal, entre outros— como a evolução natural da produção sucroalcooleira na região de Ribeirão. De acordo com Gazzoni, a exploração da cana-de-açúcar deve sofrer modificações e gerar novos mercados, sem a dependência exclusiva do álcool combustível. De todo o valor investido em produção energética no Brasil, 27% representa energias renováveis. A Embrapa acredita que até 2011 os cerca de US$ 20 milhões destinados à produção de energias alternativas no País cheguem a US$ 200 milhões. Isso porque a demanda mundial por petróleo, que hoje consome 12 bilhões de toneladas do combustível por ano, deve crescer para 18 bilhões de toneladas nos próximos dez anos. “O biocombustível está em fase embrionária, mas vai se tornar grande alternativa porque os combustíveis fósseis são finitos e a necessidade mundial por energia fácil de ser produzida, não”, disse Gazzoni. Para o presidente da União dos Produtores de Bionergia (Udop), José Carlos Toledo, o mercado brasileiro precisa se preparar para atender as necessidades internas e externas no que diz respeito à produção de energias alternativas, vindas ou não da cana. Em 2006, 45 países investiam em fontes de energia renováveis; já em 2008 (quando foi feita a última pesquisa), 63 governantes, de vários países, passaram a investir mais em novas fontes energia. “Nossa parte é garantir a sustentabilidade dessa mudança. Nosso produto é muito forte comparado ao mercado internacional”, disse. Segundo a Udop, o álcool produzido no Brasil a partir da cana —que pode ser usado na produção de biodiesel— reduz em 60% a menos de gás carbônico (CO2), enquanto o álcool americano, do milho, reduz em apenas 20% a emissão do gás. “Isso vai nos ajudar muito em negociações com o mercado externo.” Décio Gazzoni enumerou pelo menos quatro gerações de biocombustíveis para este século, a 1ª, já em curso, composta basicamente por etanol, biodiesel e biogás; a 2ª geração, com a utilização das mesmas matérias-primas, porém com novas técnicas de processamento, como o etanol celulósico; a 3ª geração, com biocombustíveis obtidos através de novas técnicas de processamento, resultantes de aprimoramentos da 2ª geração, mas com a utilização de matérias-primas específicas; e a 4ª e última geração apresentada, com a utilização das duas tecnologias anteriores, melhoradas, com otimização do balanço energético, integração de processos, conjugados com captura e estocagem do gás carbônico resultante do processo de obtenção de biocombustíveis. LUCAS DE CASTRO Especial para a Gazeta
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